terça-feira, 5 de outubro de 2021

Menopausa: reposição hormonal e câncer de mama




Há quase 20 anos, um grande estudo americano (WHI) abalou os alicerces da terapia de reposição hormonal (TRH) e até hoje há um excesso de divulgação na mídia leiga, sempre de forma parcial e sensacionalista, demonizando o uso de hormônios. Tudo isso certamente confunde a cabeça dos profissionais e, principalmente, a de quem mais precisa do tratamento, as mulheres na menopausa.

Os hormônios são moléculas do bem! São sinalizadores responsáveis por nos manter vivos e saudáveis, já que promovem o equilíbrio do nosso meio interno, sendo responsáveis pela construção, renovação e restauro dos nossos órgãos e sistemas. Quando eles caem, inicia-se um desequilíbrio, com consequente desgaste, gerando doenças.

Particularmente, os hormônios produzidos pelos ovários (estrógenos e progesterona) são potencialmente anti-inflamatórios e grandes protetores do sistema cardiovascular, cérebro, pele, mucosas, ossos e produção energética.

A grande confusão acontece porque a maioria dos remédios usados para reposição hormonal não tem composição igual a dos nossos hormônios. São apenas moléculas sintéticas parecidas. Estrogênios sintéticos e progestagênios (imitam sinteticamente a progesterona natural) causam sim efeitos colaterais, inclusive um aumento no risco para câncer de mama, ainda que pequeno em relação aos benefícios. Portanto, fuja deles!

Por outro lado, um rigoroso estudo francês, o E3N EPIC, seguiu mais de 80 mil mulheres (eram 16 mil no WHI) por 15 anos, usando estrógeno transdérmico e progesterona natural micronizada, porém os dois hormônios tinham a mesma estrutura bioquímica que os hormônios femininos humanos. O resultado foi NENHUM aumento do risco para câncer de mama, proteção contra doença cardiovascular e melhora da qualidade de vida em todos os sentidos. Bem melhor, não?

Mas, por enquanto, o consenso é de que a TRH não deve ser feita em mulheres que já tiveram câncer de mama ou endométrio, infarto, trombose e acidente vascular cerebral (AVC), salvo exceções. A individualização terapêutica, levando-se em conta as reais indicações e contraindicações para cada mulher é o ponto mais importante.

Dra. Patricia Valentini de Melo
Idealizadora da Choice Medicine, é formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e especialista em mastologia, ginecologia e obstetrícia.

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