quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Choice Medicine na mídia: reportagem sobre absorventes reutilizáveis e coletores menstruais


Você tem dúvidas sobre absorventes descartáveis e coletores menstruais? A Dra. Patricia Valentini de Melo deu uma entrevista sobre o assunto à publicação Veg Mag (clique aqui para acessar o site). Confira o texto assinado por Helen Almeida: 

ABSORVENTES DESCARTÁVEIS: TEMOS OPÇÕES (E SÃO SEGURAS)

O ciclo menstrual está presente na vida da maior parte das mulheres ao longo de vários anos e pode trazer consigo TPM, cólicas e indisposição. Felizmente, existem formas de minimizar tais desconfortos, contando sempre com o auxílio de um médico ginecologista. Mas, além de afetar diretamente a vida das mulheres, vale lembrar que a menstruação também tem impacto sobre o meio ambiente. Você sabia que, desde a puberdade até a menopausa, uma mulher utiliza em média 10.000 absorventes, o que pode gerar 150kg de lixo? 

Essa média é referente a apenas uma mulher, se multiplicarmos pela quantidade de mulheres que passam pelo período menstrual ao longo da vida, o número se torna ainda mais alarmante. A boa notícia é que já é possível contar com alternativas ao uso dos absorventes tradicionais, como é o caso dos coletores menstruais e absorvente reutilizáveis. E se por um lado, cresce o número de mulheres aderindo a essas possibilidades, por outro, seu uso ainda gera muitas dúvidas e insegurança. 

A ginecologista, especializada em Mastologia, Dra. Patricia Melo, vê a troca com bons olhos e tranquiliza:

"Já está na hora de nos preocuparmos com os efeitos prejudiciais dos absorventes descartáveis a nossa saúde e a do planeta onde vivemos. Absorventes reutilizáveis e coletores menstruais são excelentes alternativas aos absorventes descartáveis por não causarem assaduras, irritações ou alergias e não gerarem lixo não reciclável. Além disso, são mais higiênicos, confortáveis, com baixo risco de infecções, não exalam odor, permitem maior liberdade à mulher, além de serem mais econômicos no longo prazo".


Quanto aos coletores, de acordo com a Dra. Patricia, é pouco provável que o material do qual são produzidos causem riscos a saúde, já que atualmente são feitos com silicone medicinal ou TPE, que é uma substância usada na produção de materiais cirúrgicos, o que os torna hipoalergênicos. Entretanto, sugere que se evite coletores de látex, esses podem causar alergias. Apesar de se saber que não é possível que o coletor "se perca" dentro do canal vaginal, muitas mulheres ainda tem esse medo, e além dele, a preocupação em se machucar e dúvidas quanto ao modelo que devem comprar.

A médica recomenda que se passe algum tempo conhecendo e reconhecendo o próprio corpo antes de introduzir o coletor "Olhe-se no espelho, observe como é a "entrada" da sua vagina, toque-se com o dedo, reconheça como é a sua vagina por dentro, encontre o colo do útero (fica no fundo da vagina e tem uma consistência mais firme). Dessa forma, podemos perceber que a vagina é um cilindro que tem seus limites, e é fechado no fundo (onde se encontra o colo uterino), e portanto não tem como perder-se o coletor. Conhecendo-se melhor, também será mais fácil escolher o tipo, tamanho e maleabilidade do coletor que mais se adapte ao seu perfil", afirma.

Além do cuidado com o ambiente, a preocupação com a própria saúde e higiene também são fundamentais. Então, no uso do coletor, é necessário que as mãos e o coletor estejam higienizados antes da colocação. Na hora de guarda-lo, a orientação é que se lave com água e um pouco de sabonete neutro, espere secar livremente ou seque com papel e guarde na embalagem original. Dra Patrícia explica:

"Outro cuidado importante é lembrar de retirar o vácuo afastando a lateral do coletor com o dedo, para evitar desconforto durante a remoção e descobrir aos poucos qual é o melhor posicionamento para o coletor no interior da vagina, para evitar desconfortos, vazamentos ou cólicas."


O coletor não é a única alternativa para quem deseja abrir mão dos absorventes tradicionais, existe também, por exemplo, a opção de utilizar o absorvente reutilizável. Para a médica, a escolha entre um e outro é uma questão de adaptação de cada mulher, levando em conta o quanto já conhecem o próprio corpo ou os tabus que ainda possuam com relação a ele "Se esse for o caso, a transição deve ser iniciada com o absorvente reutilizável, de uso mais simples e descomplicado. Para as mais "descoladas", o coletor direto ou ambos."

Seja optando pelo coletor ou pelo absorvente reutilizável, é importante que cada pessoa conheça o próprio corpo, faça acompanhamento médico periódico e tenha consciência do impacto das suas escolhas para si e para o meio em que vive.

Fonte: Dra. Patricia Melo possui graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1989). Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira - AMB e Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO (1992). Especialista em Mastologia pela AMB e Sociedade Brasileira de Mastologia - SBM (1995).

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