A Dra. Patricia Valentini Melo escreveu sobre o ressecamento vaginal para coluna do SHE_T. Confira parte do conteúdo:
"Nos primeiros anos, conhecemos o ressecamento vaginal que acontece frequentemente nesse período mas, infelizmente, o processo não pára por aí. Pode piorar muito com o tempo e não vem sozinho, apenas faz parte de um quadro maior de sintomas particularmente comuns nesse período da vida da mulher, que envolvem alterações da vulva e vagina, dos órgãos urinários e da musculatura pélvica em decorrência do declínio dos níveis de estrógenos. Essa condição é conhecida atualmente como Síndrome Geniturinária da Menopausa (SGM) e inclui os sintomas antes conhecidos por Atrofia VulvoVaginal (AVV), além das alterações urinárias.
Os sintomas mais comuns são realmente os relacionados à atrofia, iniciando-se quatro a cinco anos após a menopausa, de caráter progressivo e caracterizada pelo afinamento do epitélio, perda da rugosidade e redução da secreção vaginal.
Estrógenos são responsáveis pela produção de colágeno e por isso a elasticidade e o tamanho da vagina também diminuem. Em consequência, ocorrem o ressecamento e a irritação no local. Nesse momento, queixas como coceira, ardência, queimação, dor à penetração e outras formas de disfunção sexual são bastante comuns.
Na pesquisa on-line VIVA (Vaginal Health: Insights, Views & Attitudes) realizada em seis países, cerca de 45% das mulheres na pós-menopausa relataram ter sintomas vaginais, mas apenas 4% identificaram esses sintomas como atrofia vulvovaginal relacionada à menopausa. Nessa pesquisa, perguntou-se às mulheres se o desconforto vaginal afetou a vida delas. Entre as mulheres norte americanas que responderam, 80% consideraram ter afetado negativamente suas vidas; 75% relataram consequências negativas sobre a vida sexual; 68% mencionaram terem se sentido menos atraentes sexualmente; 36% disseram terem se sentido mais velhas; 33% relataram efeitos negativos sobre o casamento ou relacionamento; 26% mencionaram efeito negativo sobre a autoestima; 25% responderam que a atrofia vulvovaginal reduzia a qualidade de vida.
O impacto negativo é alto mas, infelizmente, apenas uma minoria busca auxílio para o tratamento.
Então, como melhorar?
Simples! A terapia estrogênica, via vaginal em baixas doses através de cremes, cápsulas ou óvulos é o tratamento de escolha, pois é capaz de promover o crescimento e a maturação celular vaginal, a recolonização com lactobacilos, aumenta o fluxo sanguíneo vaginal, diminui o pH vaginal para os níveis normais, melhora a espessura, a elasticidade vaginal e a resposta sexual.
A melhora dos sintomas geralmente ocorre a partir da terceira semana do início da terapia local, porém algumas mulheres necessitam de pelo menos 12 semanas ou mais de tratamento para obter um resultado ótimo.
Com o aumento da idade a resposta ao tratamento é cada vez menor, por isso devemos tratar logo no início dos sintomas. Porém, não há limite de idade para iniciar o tratamento.
Também não há limite máximo de tempo estabelecido para a manutenção do tratamento. O uso deve ser mantido enquanto houver melhora do quadro.
Importante saber que a suspensão do tratamento acarreta retorno dos sintomas.
Em pacientes com câncer de mama, devemos individualizar cada caso, mas temos a opção de usar o Promestrieno, substância que imita a ação hormonal estrogênica e que praticamente não é absorvida.
Para mulheres que não podem ou não desejam tratamentos hormonais existem outras alternativas como hidratantes vaginais, lubrificantes ou ainda tecnologias modernas e eficazes, como laser ou radio-frequência vaginal que oferecem excelentes resultados, apesar do custo alto.
Finalizando, o óleo de coco é também muito bem-vindo nessa fase e serve como um ótimo complemento ao tratamento, pois auxilia na lubrificação, hidratação e na melhora da flora vaginal pela ação anti-microbiana dos seus componentes ácidos láurico, cáprico e caprílico.
Clique aqui e confira o artigo completo da Dra. Patricia Valentini Melo.
Dra. Patricia Valentini de Melo
Idealizadora da Choice Medicine, é formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e especialista em mastologia, ginecologia e obstetrícia.
Choice Medicine
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